6 de agosto de 2009

Sobre o futebol

O futebol é como droga. É um vício de quase todo cidadão comum brasileiro. Saber quem vai ganhar, quem vai perder, que divisão o time está, qual a música da torcida, quando começa o próximo campeonato.

No último semestre tive a oportunidade de fazer o curso da Perestroika Kick Off. Eu, uma leiga no assunto, dei a cara a tapa e aprendi muito. Consegui enxergar que o futebol é na realidade um negócio. Saí daquele pensamento de futebol-paixão e meu-time-é-o-melhor-do-mundo. O futebol é um negócio e os clubes empresas. A diferença é que se construiu toda uma ficção em volta, que recebe apoio mútuo da população. As pessoas, na verdade, estão torcendo para que tal clube ganhe mais dinheiro. Como se torcessem para que a Gerdau estivesse no ranking de mais importante das empresas do Brasil. Ou há alguém que ainda acredite que qualquer jogador ou dirigente de clube aposta nos jogos apenas pela honra? Só a população pouco informada que ainda crê no futebol como arte e paixão.

No campo jornalístico é a mesma coisa. Percebi que o ideal é arranjar uma maneira diferente de expor o último jogo. Já que a internet mega acelera as informações, os jornais de amanhã redigem as notícias da maneira mais criativa e fugindo do comum. Colunistas são contratados, comentaristas investem nas rádios, torcedores comuns participam de debates. Tudo parte da fantástica indústria do futebol. E quem ganha? São os charlatões que compram times. Patrocinam times. Um estilo meio Berlusconi de ser. Sabem tirar vantagem na hora certa e no local certo. É uma questão de administração. E para os jogadores, uma questão de técnica. Um mínimo de percepção e senso de direção.

Gente, mas apesar de tudo, eu juro que gosto da função do futebol. Fingir que os jogadores me entendem e estão lá por causa de mim. Não há nada melhor do que entrar em um estádio lotado e perceber que mais de 20 mil pessoas, uma vez que seja, pensam da mesma maneira, lutam por um mesmo ideal. Elas só desejam a felicidade efêmera de sentir-se vencedora. Nem que seja por apenas um instante.